MOMENTO DE LAZER E DIVERSÃO
No livro O Mundo como Vontade e Representação, o filósofo Arthur Schopenhauer (1788-1860)
propõe uma metáfora interessante sobre as relações humanas. Ele conta que um
grupo de porcos-espinhos perambulava num dia frio de inverno. Para não
congelar, chegavam mais perto uns dos outros. Mas, no momento em que ficavam
suficientemente próximos para se aquecer, começavam a se espetar com seus
espinhos. Então se dispersavam, perdiam o benefício do convívio próximo e
recomeçavam a tremer. Isso os levava a buscar novamente companhia e o ciclo se
repetia na luta para encontrar uma distância confortável entre o emaranhamento
e o congelamento. Adolescentes não são porcos-espinhos, mas experimentam, na
puberdade, uma condição que os aproxima dos mamíferos descritos por
Schopenhauer: a convivência em um grupo. Afinal, ao fazer parte de uma reunião
de pessoas que têm algo em comum, o jovem consegue "calor" na forma
de aceitação e acolhimento. Ao mesmo tempo, precisa se defender dos
"espinhos", posicionamentos que se chocam contra a sua individualidade
e podem degenerar em preconceito e agressividade.
Não é
exagero dizer que a entrada em um grupo é um acontecimento inevitável na
passagem da infância para o mundo adulto. Faz parte do processo de elaboração
da identidade. Quando chega a puberdade, o adolescente não se contenta mais
apenas com a rede protetora da família e busca fora de casa outras referências
para se formar como sujeito. É por isso que, nessa hora, os amigos crescem em
importância. Por meio deles, o jovem exercita papéis sociais, se identifica com
comportamentos e valores e busca segurança para lutar contra a angústia da
solidão típica da fase e se formar como um cidadão.
POR ISSO O SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA SE MOSTRA DE FUNDAMENTAL
IMPORTÂNCIA NESSE FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS.
REFERENCIA
http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/qual-papel-importancia-grupo-jovens-adolescencia-jovem-puberdade-identidade-546793.shtml